Ao assistirmos o vídeo de Chimamanda Adichie realmente nos assustamos
com uma verdade: a de que estamos formando opiniões copiadas.
Qualidade do ensino freia adaptação do Brasil ao mundo digital
Essas opiniões copiadas são
informações transmitidas de um para o outro da mesma forma por muito
tempo. O currículo, como método de organização da escola, é visto dessa forma.
Por que necessariamente é ensinado o que está ali proposto pelo sistema ao
invés de instigar o aluno a buscar por diferentes formas de discutir sobre o
assunto? A resposta é simples: comodismo, medo.
Mas propor uma mudança radical
como a troca brusca de uma técnica a tanto tempo utilizada por outra moderna
pode gerar problemas sérios entre os professores, como a resistência, por
exemplo.
Entretanto, se as mudanças de
alguma forma forem gradativas, pode ser que saiamos dos últimos lugares da
colocação dos ranking sobre educação.
Não é necessário homogeneizar a
sociedade, é importante manter a heterogeneidade, senão estaremos interferindo
em outras questões político-sócio-econômicas, mas o que se torna necessário é
levar uma educação de qualidade à todos, independente de qualquer questão
destas citadas anteriormente.
Posto abaixo uma reportagem que
me chamou a atenção sobre a educação no Brasil. E me pergunto: estamos tão mau
assim? Em que se baseiam para fazer tais averiguações? Dados estatísticos que
podem estar comprometidos devido a uma interferência? O que precisamos mudar em
nosso currículo escolar para mudarmos este quadro?
Deixo este questionamento para refletirmos em nossos atos curriculares
que pode ser nossa maior esperança.
Qualidade do ensino freia adaptação do Brasil ao mundo digital
Fraco desempenho em ciências e matemática é barreira para País, diz
Fórum Econômico Mundial
Atualizado: 10/04/2013 20:58 | Por Jamil Chade, correspondente de O
Estado de S. Paulo, estadao.com.br
GENEBRA - Com um dos piores ensinos de matemática e ciências do mundo,
o Brasil reduz sua capacidade de adaptação ao mundo digital. Um informe
apresentado nesta quarta-feira, 10, pelo Fórum Econômico Mundial aponta que o
País subiu apenas da 65.ª para a 60.ª posição entre as nações mais preparadas
para aproveitar as novas tecnologias em seu crescimento.
Além do ranking sobre capacidade de adaptação ao mundo digital, o
Fórum divulgou outros dois, referentes ao ensino de matemática e de ciências.
Entre os 144 países avaliados, o Brasil aparece no 116.º lugar em
educação, atrás, por exemplo, de Chade, Suazilândia e Azerbaijão. Em ciências,
Venezuela, Lesoto, Uruguai e Tanzânia estão melhores posicionados no ranking
que o Brasil, que ocupa a 132.ª posição.
O resultado é uma estagnação no avanço da tecnologia no Brasil, apesar
dos investimentos públicos em infraestrutura e de um certo dinamismo do setor
privado nacional. Na América Latina, países como Chile, Panamá, Uruguai e Costa
Rica estão melhores preparados para enfrentar o mundo digital que o Brasil.
"Apesar desse progresso, a tradução dessa maior cobertura em
impactos econômicos em inovação e competitividade está estagnada", alerta
o documento. Um dos motivos é a "qualidade do sistema educacional, que
aparentemente não garante as habilidades necessárias para uma economia em
rápida mudança em busca de talentos", indicou. Mesmo em países pobres como
Senegal, Quênia e Camboja, o acesso de escolas à internet é superior, segundo o
informe.
O ranking é liderado pela Finlândia, seguida por Cingapura e Suécia. O
Brasil, de fato, vem ganhando posições. Mas os autores do informe estimam que a
posição hoje do País no ranking não condiz com uma das sete maiores economias
do mundo.
O informe considera que a maioria das economias em desenvolvimento
continua sem conseguir criar as condições necessárias para reduzir a falta de
competitividade existente na área da tecnologia de informação, em comparação às
economias desenvolvidas. "No Brasil temos grande desenvolvimento por parte
de empresas multinacionais para melhorar a competitividade, mas esse empenho
não se estende por todo o setor privado", alertou o editor do informe,
Beñat Bilbao-Osorio.
Internet
A subida de posição do Brasil no ranking vem dos avanços em infraestrutura
e do fato de o País ter dobrado a capacidade de uso de banda larga, além de
ampliar a rede de celulares. Em bandas fixas, o Brasil é o 11.º colocado no
ranking.
Outro problema sério, porém, é o ambiente para promover inovação e
burocracia, além do custo dos celulares, um dos mais altos do mundo. O Brasil
aparece na 130.ª posição entre os 144 países, superado pelo Gabão.
O número de usuários de internet no Brasil, em 2011, também não
chegava ainda a 45%, o que deixa o País na 62.ª posição nesse critério, abaixo
da Albânia. Apenas um terço dos brasileiros tem internet em casa. A taxa
despenca para apenas 8% se o critério for o número de casas com banda larga.
O Brasil não é o único a passar por essa situação. "Os Brics
(Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) enfrentam desafios", diz o
informe. "O rápido crescimento econômico observado em alguns desses países
nos últimos anos poderá ser ameaçado, caso não forem feitos os investimentos
certos em infraestruturas, competências humanas e inovação na área das
tecnologias da informação", alerta.
"A digitalização criou 6 milhões de empregos e acrescentou US$
193 bilhões à economia global em 2011. Apesar de positivo, o impacto da
digitalização não é uniforme nos setores e economias – cria e destrói empregos",
disse Bahjat El-Darwiche, Sócio, Booz & Company.
RANKING
Segundo a capacidade de adaptação ao mundo digital
1. Finlândia
2. Cingapura
3. Suécia
4. Holanda
5. Noruega
6. Suíça
7. Reino Unido
8. Dinamarca
9. EUA
10. Taiwan
60. Brasil
Atualmente a educação de um país tem sido analisada e avaliada por padrôes externos e ostensivamente universalizantes....Há necessidade de termos um olhar crítico quanto a essas classificações que sempre são publicadas. Mas, vale levar o assunto ao grupo em sala de aula para explorarmos mais isso. Muito bom!
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