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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Refletindo nossos posicionametos

Depois da rica discussão que tivemos hoje em sala de aula, percebi, mais uma vez, que cada um tem um ponto de vista diferente que MERECE RESPEITO!
E ontem eu li uma frase que veio a calhar com nossos inúmeros exemplos de nossa vivência dentro do nosso assunto chave que é currículo.
"Quando a escola se tornar uma empresa, a Educação um empreendimento e os alunos 'clientes', esperarei a música terminar, as luzes se apagarem e deixarei a cena. Talvez não sob uma chuva de aplausos, mas sob o aval da minha dignidade preservada" (Autor oculto)

O que a maioria dos profissionais precisa é aceitar mais a opinião dos colegas como um exemplo a ser seguido ou não. Pois, é através dos exemplos conhecidos, que tomaremos iniciativas para mudar nossa prática educacional. 
Hoje começo a entender a ideia do texto do bolo...
Muitas vezes, nos parece mais fácil ir ao supermercado e pegar (comprar, logicamente) o bolo pronto. Mas, onde fica o prazer do aprendizado?
Me lembro como se fosse ontem, quando minha saudosa avó, sob protestos de minha mãe, me ensinou aos 7 anos de idade a fazer um "bolo simples". E fiquei craque em bolos!
Como fiz bolos em minha vida! E sempre acho que o último sempre ficou mais gostoso que o anterior! Se deu certo a receita, compartilho com minhas amigas, irmã, sogra e por aí vai...E elas sempre acrescentam um item que diferencia o seu bolo para que ele fique com a "sua cara".

Por que na educação existe uma resistência tão grande de pessoas que são incapazes de perceber que outras podem lhes dar exemplos de "receitas de bolo" e que elas podem testa-las a seu modo?
Parece que, para essas pessoas de mentalidade ainda por amadurecer, é mais fácil criticar do que buscar atingir um grau de excelência. 
Todos nós estamos aprendendo o tempo todo. Cada questionamento, cada colocação nos leva a refletir sobre nossas próprias atitudes e perceber o quanto podemos melhorar nossos atos curriculares e também nossa prática educacional.
É como diz uma música dos Beatles: "É mais fácil criticar do que se enxergar!"

See Yourself
It's easier to tell a lie than it is to tell the truth
It's easier to kill a fly than it is to turn it loose
It's easier to criticize somebody else
Than to see yourself


It's easier to give a sigh and be like all the rest
Who stand around and crucify you while you do your best
It's easier to see the books upon the shelf
Than to see yourself


It's easier to hurt someone and make them cry
Than it is to dry their eyes
I got tired of fooling around with other people's lies
Rather I'd find someone that's true


It's easier to say you won't than it is to feel you can
It's easier to drag your feet than it is to be a man
It's easier to look at someone eles's wealth
Than to see yourself

Tradução
Se Enxergar
É mais fácil contar uma mentira do que contar a verdade
É mais fácil matar uma mosca do que deixá-la solta
É mais fácil criticar outra pessoa
Do que se enxergar

É mais fácil se resignar e ser como todos os outros
Que ficam de pé crucificando enquanto você tenta se esforçar
É mais fácil enxergar os livros sobre a estante
Do que se enxergar

É mais fácil magoar alguém e faze-la chorar
Do que enxugar os seus olhos
Eu me cansei de lidar com todas as mentiras dos outros
Prefiro encontrar alguém que seja sincero

É mais fácil dizer que você não pode do que sentir que pode
É mais fácil enrolar do que ser um homem
É mais fácil olhar para a riqueza alheia
Do que se enxergar
Caso você queira ouvir essa música click aqui

E enquanto as pessoas perdem tempo não se reconhecendo profissionalmente, mas buscando defeitos nos outros, os alunos vão ficando assim:

Se questionando...

Até quando as discussões vão ter tons de míseras competições ideológicas?
Quando as pessoas tomarão mais iniciativa do que posição de críticas destrutivas?

E eu? Eu quero fazer bolos gostosos, cheirosos e que deixem marcas naqueles que o saborearem...
E aí? Você quer aprender a fazer bolo ou vai ficar de fora somente sentindo o cheiro e imaginando o sabor?

Compartilhando um pouco mais do meu trabalho...

O Curso G9, escola em Itajubá/MG, na qual leciono, publica uma revista que se chama Gnovidade e que é escrita pelos professores, alunos, pais de alunos e outras pessoas que desejam compartilhar suas ideias sobre educação.
Na última edição, fui convidada a escrever sobre a "Gestão na sala de aula". Segue a imagem escaneada da revista:
Caso deseje receber um exemplar da revista Gnovidade, me envie uma mensagem.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Uma análise mais ampla do Livro de Paulo Freire "Pedagogia da autonomia", cujo fichamento foi publicado anteriormente


Paulo Freire critica as formas tradicionais de ensino baseado fundamentalmente na ética,  dignidade, no respeito e autonomia dos alunos. O educador autoritário, conservador passa a ser alvo de análise e discussão, pois ele não permite a participação ativa dos alunos com suas diferentes histórias vivenciadas em seu contexto. Freire argumenta que o ensino deve ser democrático entre os professores e alunos, pois somos todos seres inacabados em constante aprendizado. Dessa forma, é importante a dialogicidade. Os educadores devem estar atentos à sua prática, a seus atos e ao que os educandos trazem como experiência. A postura do professor, suas palavras podem interferir diretamente na vida do educando. Por isso, deve haver metodologia adequada e o educador estar aberto a opiniões e trocas de experiências com os educandos. O dinamismo desenvolve a curiosidade e o pensar. Freire destaca ainda a necessidade do respeito, da humildade, da compreensão e do equilíbrio das emoções entre os sujeitos envolvidos. Por isso o professor deve defender seus direitos e exigir condições favoráveis para que seu trabalho seja exercido com ética, respeito e dignidade por si, pelos alunos e pela sociedade. Ou seja, o professor deve ter consciência crítica.
Ensinar não é transferir conhecimento e é uma especificidade humana. Freire destaca a importância do desenvolvimento da autonomia do educando e se envolver com eles para que isso ocorra. O professor deve estimular os alunos, não rejeitar, mas sim respeitar as diferenças. Fazendo a mediação entre o conhecimento e o aluno. Por isso, ele deve manter sua curiosidade epistemológica.
E para que ele seja respeitado é necessário que tenha segurança e conhecimento sobre o que vai ensinar. Freire destaca a diferença entre a docência autoritária democrática e a mandonista. Porque os professores têm uma responsabilidade social.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Time is honey - Vamos ler para refletir um pouquinho mais...

Poucas coisas neste mundo são mais tristes do que um bolo industrializado. Ali no supermercado, diante da embalagem plástica histericamente colorida, suspiro e penso: estamos perdidos. Bolo industrializado é como amor de prostituta, feliz natal de caixa automático, bom dia da Blockbuster. É um anti-bolo. Não discuto aqui o gosto, a textura, a qualidade ou abundância do recheio de baunilha, chocolate ou qualquer outro sabor. (O capitalismo, quando se mete a fazer alguma coisa, faz muito bem feito). O problema não é de paladar, meu caro, é uma questão de princípios. Acredito que o mercado de fato melhore muitas coisas. Podem privatizar a telefonia, as estradas, as siderúrgicas. Mas não toquem no bolo! Ele não precisa de eficiência. Ele é o exemplo, talvez anacrônico, de um tempo que não é dinheiro. Um tempo íntimo, vagaroso, inútil, em que um momento pode ser vivido no presente, pelo que ele tem ali, e não como meio para, com o objetivo de.

Engana-se quem pensa que o bolo é um alimento. Nada disso. Alimento é carboidrato, é proteína, é vitamina, é o que a gente come para continuar em pé, para ir trabalhar e pagar as contas. Bolo não. É uma demonstração de carinho de uma pessoa a outra. É um mimo de avó. Um acontecimento inesperado que irrompe no meio da tarde, alardeando seu cheiro do forno para a casa, da casa para a rua e da rua para o mundo. É o que a gente come só para matar a vontade, para ficar feliz, é um elogio ao supérfluo, à graça, à alegria de estarmos vivos.
A minha geração talvez seja a primeira que pôde crescer e tornar-se adulto sem saber fritar um bife. O mercado (tanto com m maiúsculo como minúsculo) nos oferece saladas lavadas, pratos congelados, comida desidratada, self-services e deliverys. Cortar, refogar, assar e fritar são verbos pretéritos.
Se você acha que é tudo bem, o problema é seu. Eu vou espernear o quanto puder. Se entregarmos até o bolo aos códigos de barras, estaremos abrindo mão de vez da autonomia, da liberdade, do que temos de mais profundamente humano. Porque o próximo passo será privatizar as avós, estatizar a poesia, plastificar o amor, desidratar o mar e diagramar as nuvens.

Tô fora.

(Antonio Prata)